sábado, 30 de outubro de 2010

Organização e Trabalhos Pedagógicos



Para a elaboração deste trabalho foi feito um levantamento acerca da organização do trabalho docente na educação infantil. Através deste é apresentada a complexibilidade e amplitude que envolve toda a preparação para o desenvolvimento de um tema desde a sua escolha para se obter sucesso ao término do mesmo. É revelado inúmeros conhecimentos que o professor deve estar ciente começando por refletir que aluno quer formar. No desenvolvimento deste trabalho adquirimos noções sobre conteúdo, eixos, currículo, avaliação, métodos, competências,etc. Aprendemos que o professor precisa ter um conhecimento muito amplo a respeito da organização do trabalho docente porque esta tarefa é muito complexa. Existem inúmeros fatores envolvidos neste preparo e que influenciam no resultado.

O trabalho docente é composto de atividades planejadas que visam atingir objetivos de aprendizagem através da exploração e do estímulo com dinamismo e criatividade.

A organização do trabalho docente na educação infantil aborda temas como o planejamento e a organização do trabalho pedagógico, conteúdos curriculares, a avaliação da aprendizagem, as alternativas metodológicas como projetos, temas geradores e centro de interesse.

Alguns aspectos são considerados básicos para o planejamento como conhecer o aluno, o conteúdo a ser ensinado, o procedimento a ser desenvolvido, conhecer o processo de avaliação, ter consciência de que a interação professor-aluno é um elemento importante na aquisição do aprendizado e que a dimensão social do trabalho em aula é muito amplo.

O conteúdo curricular envolve regras de convivência, métodos, a história da escola e da comunidade, valores, didática e conhecimento que fornecem noções do que o professor deve abordar no ensino aprendizagem, sendo um meio para concretizar os propósitos da instituição. Este possui algumas características como conteúdos conceituais que dizem respeito ao conhecimento, procedimentais que se referem ao fazer e conteúdos atitudinais que estão associados a valores e normas.

Os conteúdos contêm eixos como o movimento que envolve expressividade, equilíbrio e coordenação. Música que explora e interpreta a expressão e produção do silêncio e de sons. Artes visuais que explora e manipula diversos materiais visando o cuidado consigo e com os outros, respeitando os materiais produzidos e identificando diversas imagens. Linguagem oral e escrita constituída pelo falar, comunicar-se, relatar vontades, necessidades e sentimentos. E ainda escutar, ouvir histórias, regras, respostas as perguntas, etc. Natureza e sociedade envolve atividades referentes a tradição, cultura, vivência com animais ou plantas. Matemática é formada por quantidade, associação no empilhar ou encaixar, medida, comprimento e peso entre outros.

O conhecimento de medidas básicas de saúde e segurança, técnicas de apresentação das atividades, técnicas de manejo em grupo e conhecimento do conteúdo são aspectos tão fundamentais quanto às competências em relação à programação, a orientação e os processos de avaliação.

A avaliação exige observação, reflexão, registro diário e sensibilidade.

Da organização do trabalho docente depende também a inclusão que busca além da integração, a adaptação do ambiente físico para atender a diversidade, as necessidades, dificuldades e potencialidades. Estes são alguns procedimentos para alcançar o sucesso educacional.

O plano diário, considerar a faixa etária, desenvolver atividades que tenham objetivos claros, oferecer harmonia e integração, recursos que estabeleçam consciência da diversidade, organização prévia ao planejar uma atividade e arquivo são algumas diretrizes que ajudam no planejamento pedagógico.

Podemos contar ainda com alternativas metodológicas como saber o propósito do projeto, levantar o que já se sabe sobre o tema e o que queremos saber.

A seleção dos temas pode ser de forma cíclica que é voltada para datas comemorativas. Ou geradora que é sugestão da criança, dos pais, professores ou equipe escolar.

O planejamento organizado por tema gerador é constituído de conhecimento social, natural, lógico matemático e linguístico. E a organização dos centros de interesse exige observação, associação e expressão.

Para o desenvolvimento do projeto o professor se torna o mediador onde combina a distribuição de tarefas, organiza o tempo e os recursos disponíveis.



Fonte: http://www.webartigos.com/articles/19058/1/A-IMPORTANCIA-DA-ORGANIZACAO-DO-TRABALHO-PEDAGOGICO-NA-EDUCACAO-INFANTIL/pagina1.html#ixzz13tbmcPI1

psicologia o desenvolvimento


Psicologia do desenvolvimento é o estudo científico das mudanças de comportamento relacionadas à idade durante a vida de uma pessoa. Este campo examina mudanças através de uma ampla variedade de tópicos, incluindo habilidades motoras, habilidades em solução de problemas, entendimento conceitual, aquisição de linguagem, entendimento da moral e formação da identidade.

Questões formuladas por psicólogos do desenvolvimento incluem as seguintes. São as crianças qualitativamente diferentes dos adultos ou eles simplesmente não têm a mesma experiência dos adultos? O desenvolvimento ocorre através de uma acumulação gradual de conhecimento ou por mudanças de um estágio de pensamento ou outro? As crianças nascem com conhecimento inato ou elas percebem as coisas com a experiência? O desenvolvimento é direcionado pelo contexto social ou por algo dentro da criança?

Psicologia do Desenvolvimento




Esta área de conhecimento da psicologia estuda o desenvolvimento do ser humano em todos os seus aspectos: físico-motor, intelectual, afetivo-emocional e social – desde o nascimento até a idade adulta.

O desenvolvimento humano

O desenvolvimento humano refere-se ao desenvolvimento mental e ao crescimento orgânico. O desenvolvimento mental é uma construção contínua. Estas são as formas de organização da atividade mental que vão-se aperfeiçoando e se solidificando até o momento em que todas elas. Algumas dessas estruturas mentais permanecem ao longo de toda a vida.

A importância do estudo do desenvolvimento humano

Esse estudo é compreender a importância do estudo do desenvolvimento humano. Estudar o desenvolvimento humano significa conhecer as características comuns de uma faixa etária. Planejar o que e como ensinar implica saber quem é o educando. Existem formas de perceber, compreender e se comportar diante do mundo, próprias de cada faixa etária.

Fatores que influenciam o desenvolvimento humano

Hereditariedade – a carga genética estabelece o potencial do indivíduo, que pode ou não desenvolver-se. A inteligência pode desenvolver-se de acordo com as condições do meio em que se encontra.
Crescimento orgânico – refere-se ao aspecto físico.
Maturação neurofisiológica – é o que torna possível determinado padrão de comportamento.
Meio – o conjunto de influências e estimulações ambientais altera os padrões de comportamento do indivíduo.

Aspectos do desenvolvimento humano

Aspecto físico-motor - refere-se ao crescimento orgânico, à maturação neurofisiológica. Ex.: A criança que leva a chupeta à boca.
Aspecto intelectual – é a capacidade de pensamento, raciocínio. Ex.: A criança de 2 anos que usa um cabo de vassoura para puxar um brinquedo que está em baixo de um móvel.
Aspecto afetivo-emocional – é o modo particular de o indivíduo integrar as suas experiências. A sexualidade faz parte desse aspecto. Ex.: A vergonha que sentimos em algumas situações.
Aspecto social – é a maneira como o indivíduo reage diante das situações que envolvem outras pessoas. Ex.: Quando em um grupo há uma criança que permanece sozinha.
Não é possível encontrar um exemplo “puro”, porque todos estes aspectos relacionam-se permanentemente.

A teoria do desenvolvimento humano de jean piaget

Este autor divide os períodos do desenvolvimento de acordo com o aparecimento de novas qualidades do pensamento.
Neste período, o que de mais importante acontece é o aparecimento da linguagem. Como decorrência do aparecimento da linguagem, o desenvolvimento do pensamento se acelera. A interação e a comunicação entre os indivíduos são as conseqüências mais evidentes da linguagem. Um dos mais relevantes é o respeito que a criança nutre pelos indivíduos que julga superiores a ela. Neste período, a maturação neurofisiológica completa-se, permitindo o desenvolvimento de novas habilidades, como a coordenação motora fina – pegar pequenos objetos com as pontas dos dedos, segurar o lápis corretamente e conseguir fazer os delicados movimentos exigidos pela escrita.

Período das operações concretas

(a infância propriamente dita – 7 a 11 ou 12 anos)
Nessa idade a criança está pronta para iniciar um processo de aprendizagem sistemática. A criança adquire uma autonomia crescente em relação ao adulto, passando a organizar seus próprios valores morais. A grupalização com o sexo oposto diminui. A criança, que no início do período ainda considerava bastante as opiniões e idéias dos adultos, no final passa a enfrentá-los.

Período das operações formais

(a adolescência – 11 ou 12 anos em diante)
É capaz de lidar com conceitos como liberdade, justiça, etc. É capaz de tirar conclusões de puras hipóteses. O alvo de sua reflexão é a sociedade, sempre analisada como possível de ser reformada e transformada. No aspecto afetivo, o adolescente vive conflitos.

Juventude: projeto de vida

A personalidade começa a se formar no final da infância, entre 8 a 12 anos. Na idade adulta não surge nenhuma nova estrutura mental, e o indivíduo caminha então para um aumento gradual do desenvolvimento cognitivo.

Texto gentilmente cedido por Juvenal Santana

domingo, 12 de setembro de 2010

Pesquisa em Educação


RESUMO

O presente artigo demonstra que para ampliar a facilitação do conhecimento e aprendizagem é necessária a evolução na educação, partindo da premissa que o educador deve atualizar-se, constantemente, através de pesquisas por todos os meios e métodos disponíveis. Estima-se que, com a evolução constante dos métodos e meio utilizados, o ambiente acadêmico será mais embasado. Sugerimos assim, o acompanhamento dos modelos de Lawrence Stenhouse onde “todo educador assuma seu lado experimentador no cotidiano e transforme a sala de aula em laboratório”.


INTRODUÇÃO

O presente artigo visa demonstrar a importância da pesquisa na educação para ampliação da facilitação do conhecimento e aprendizado, através de uma constante evolução nos métodos e meios utilizados para realização de pesquisas no ambiente acadêmico.


OBJETIVO

O presente artigo tem por objetivo sugerir processos para realização de pesquisa em educação sob uma análise focada em sua evolução.



REVISÃO DE LITERATURA

O processo de pesquisa tem sido usado em muitos campos de atuação, inclusive por professores, como um método de apenas exercitar a consulta sobre um determinado assunto.

Uma consulta direcionada perfilada como pesquisa pode até trazer determinada contribuição para incentivar a curiosidade ativa da criança ou do adolescente, ficando longe de um processo de pesquisa, mas é um item de contribuição para a aprendizagem.

Para se obter um contexto de pesquisa é necessário efetuar o confronto, cruzando os dados, as evidências, as informações coletadas sobre o assunto em questão, aliando estes procedimentos ao conhecimento teórico acumulado no decorrer do processo.

O ponto de partida de uma pesquisa é o estudo de um problema que cause o interesse do pesquisador. O interesse gera envolvimento com a pesquisa o que transformará o esforço em resultados na elaboração de conhecimento e soluções propostas ao problema em foco. Um conhecimento que nascerá como complemento e fruto da curiosidade, da inquietação, da inteligência e da atividade investigativa. Ele, o pesquisador, é o fio condutor inteligente e ativo dessa tênue linha do conhecimento acumulado na área e das evidências que estão sendo estipuladas no momento inicial da pesquisa.

O papel social de uma pesquisa tem caráter imperativo na condição de legítima busca do conhecimento científico. Um conhecimento que leva o registro de seu tempo, em um compromisso com a realidade histórica, levando em consideração que a construção da ciência é um fenômeno social, por excelência, e que a pesquisa não se concretiza numa estratosfera localizada acima da linha de atividades comuns e correntes do ser humano, sendo assim sensível às injunções inerentes dessas atividades, pois, sendo uma atividade humana, a pesquisa carrega, em seu âmbito, carga de valores, preferências, interesses e princípios que norteiam o pesquisador.

A evolução dos acentuados estudos no campo da educação demonstrou que poucos fenômenos nesta área permitem a submissão a uma abordagem analítica, considerando-se que na área da educação os fatos ocorrem em estilo diferente no qual fica impraticável isolar-se as diversas variáveis responsáveis pelos efeitos desta evolução. É fundamental não levar a complexa realidade do fenômeno educacional para um método simplificador de análise, no qual o conhecimento pode ser sacrificado na intenção de favorável da implantação do esquema.

É fundamental o reconhecimento de que o estudo experimental possui sua identidade e importância, tanto quanto sua utilidade, embora nos regimes atuais não tenha encontrado compatibilidade espontânea com a rigidez do esquema experimental. Afinal, é sobre a teoria concebida e acumulada pelo pesquisador a respeito do assunto em pesquisa que se constrói o conhecimento. O desafio da pesquisa é justamente captar uma realidade com perfil dinâmico e complexo, no caminho de sua realização histórica, sendo que, na educação, é a múltipla ação de inúmeras variáveis atuando e interagindo em tempo simultâneo.



METODOLOGIA

De maneira experimental, propomos que a pesquisa na educação busque incentivos para desenvolver, cada vez mais, laboratórios onde as informações possam ser processadas, analisadas e transformadas em conhecimento disponível para a sociedade.

O desenvolvimento dessas informações transformadoras pode resultar em benefícios imensos dentro de nosso universo educacional, tornando-as prioridade de projetos sociais e políticos o investimento em pesquisas.

Quando se trata de traduzir pesquisa básica em sucesso industrial, poucos países se igualam à Alemanha. Grande parte do motivo deste sucesso é a Sociedade Fraunhofer, uma rede de institutos de pesquisa que existe apenas para solucionar problemas industriais e criar tecnologias desejadas. A organização criou de tudo: desde “lasers” importantes comercialmente para corte de partes de carros até o popular formato MP3 para música.

Fundada em 1949, a Sociedade Fraunhofer é atualmente a maior organização da Europa para tecnologia aplicada, contando com 59 institutos que empregam 12 mil pessoas, e continua a crescer. Atualmente, há Fraunhofers até mesmo nos Estados Unidos e na Ásia. Os centros fornecem base para jovens pesquisadores que alimentam a academia e a indústria. Muitos estudantes usam esses centros como trampolins para a indústria.

Pode-se ver o sucesso da Fraunhofer pelo número de patentes que consegue - 449 só no ano passado. Isto a coloca em 27o lugar na lista dos principais obtentores de patentes da Europa, e é a única "sociedade" entre gigantes como Siemens e Volkswagen. Mas se a Fraunhofer é a rota mais conhecida da Alemanha para conversão de idéias em produtos práticos, ela não é a única.

As universidades estão entrando no ramo de transferência de tecnologia, apesar dos poucos elogios aos seus sistemas. Antes, a equipe da universidade que inventava novas tecnologias tinha direito exclusivo sobre quaisquer patentes. Isto mudou em fevereiro de 2002. Agora, os inventores têm de oferecer suas idéias primeiro às universidades, que têm quatro meses para decidirem se a levam adiante ou não. Se o fizerem, elas recebem direitos de patente e 70% de qualquer receita.

Um exemplo importante para o nosso universo de pesquisa em educação: o governo canadense está com inscrições abertas para três programas de bolsas de estudo no exterior, em 2003 e 2004. Há oportunidades de pesquisa, intercâmbio e de complementação de estudos para professores.

Um dos programas de bolsa é na área de pesquisa. A proposta é oferecer oportunidade de visita ao Canadá por período máximo de quatro semanas a docentes e pesquisadores de universidades brasileiras. Eles devem possuir pelo menos mestrado e interesse em realizar pesquisa sobre o Canadá, ou sobre aspectos das relações bilaterais com o Brasil. Em alguns casos, já que não dispomos de programas semelhantes aqui, o programa pode viabilizar recursos para pesquisas realizadas no país do aluno.



RESULTADOS

Como resultado, o incentivo de processos de pesquisas pode possibilitar o desenvolvimento de muitos setores de nossa sociedade.

A ciência no Brasil vem crescendo desde 1990. A cada ano, o número de trabalhos científicos publicados no país (método usado para avaliar a produção científica) cresce quase que exponencialmente, de acordo com Carlos Henrique Brito da Cruz, presidente da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Mas, segundo ele, para que o crescimento seja maior, falta mais envolvimento das empresas privadas. “O apoio da iniciativa privada não deve fomentar a pesquisa das universidades”, explica Cruz. “Esse setor precisa fazer a sua própria pesquisa”. De 1995 até 1998, a produção científica brasileira cresceu 160%. E esse aumento não é uma tendência mundial. Segundo Cruz, o Brasil é o segundo país que mais cresceu em produção científica, perdendo apenas para a Coréia do Sul. O crescimento da ciência na Coréia seria resultante de um aumento nos gastos em educação, ciência e tecnologia.

No Brasil, o aumento não foi nas verbas, mas em recursos humanos. “É bem notável como o crescimento de produção científica do Brasil se inicia exatamente por volta de 1989, justamente na época em que o governo passou a incrementar fortemente e a valorizar a questão das bolsas para pós-graduação”, diz. O Brasil tem hoje um número maior de cientistas capacitados, em grande parte por causa das bolsas para doutorado e mestrado, oriundas do governo federal - do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).



CONCLUSÃO

É impossível concluir o artigo sem mencionar o professor-pesquisador Lawrence Stenhouse que justificava: “A técnica e os conhecimentos profissionais podem ser objeto de dúvida, isto é, de saber e, conseqüentemente, de pesquisa”. A eficácia de suas teorias pôde ser comprovada enquanto ele ainda estudava o tema. No final dos anos 1960, trabalhando no Schools Council for Curriculum and Examinations, de Londres, criou e pôs em prática um currículo específico para atender jovens de classes populares — com excelentes resultados. Na década de 1970, Stenhouse fundou, junto com um grupo de colegas, o Centre for Applied Research in Education, dentro da University of East Anglia. Seu objetivo principal era elaborar um modelo de ensino no qual todo professor fosse capaz de manter a autoridade, a liderança e a responsabilidade em sala de aula sem transmitir a mensagem de que só o saber lhe confere esse poder.

Enfim, em pleno século XXI, com os computadores invadindo todos os espaços, os professores que são responsáveis pela informação e formação do indivíduo, estão longe do contato com essa tecnologia e da ferramenta de pesquisa interminável que é a internet, de acordo com a pesquisa da Unesco "O Perfil dos Professores Brasileiros: o que fazem, o que pensam e o que almejam", realizada recentemente, utilizando-se como sua principal fonte de informação a TV (74,3%), seguida do rádio (52%) e outros parcos 23,5% dizendo que lêem jornal de uma a duas vezes por semana. Essa é a realidade que causa um impacto muito grande sobre a qualidade da educação e os processos de pesquisa, quando se deveria convergir educadores e alunos com os diversos meios de pesquisa e processos de vivência elevando, de forma significativa, a qualidade de resultados.

http://www.cesarromao.com.br/redator/item24131.html

Filosofia da Educação


No mundo pragmático em que vivemos, a filosofia parece não servir para absolutamente nada. Ela não consta das rubricas orçamentárias, não tem dotação , não recebe verbas específicas... Mal consta dos currículos escolares e os filósofos são, em sua maioria, uns ilustres desempregados...



No entanto, ela serve, ou melhor, comanda tudo. Está presente em qualquer decisão séria que tomamos, em qualquer estratégia que implantamos. Pode-se dizer que ela é onipresente. Conforme Jaspers (1977. p.13) “a filosofia é imprescindível ao homem. Está sempre presente e manifesta nos provérbios tradicionais, em máximas filosóficas correntes, em condições dominantes, quais sejam, por exemplo, a linguagem e as crenças políticas”.



É interessante notar que as grandes crises históricas foram férteis em pensamento filosófico. Após a grande crise européia conseqüente à invasão dos bárbaros, surgiram as grandes sínteses da Idade Média. A revolução copernicana que deu origem ao mundo moderno fez aparecerem as filosofias racionalistas. À Segunda Guerra Mundial seguiu-se o existencialismo...Nosso mundo, nosso país estão certamente em crise. Estamos sentados sobre um vulcão que ameaça explodir. E já se esboçam linhas novas de concepção filosófica.



Haverá uma relação necessária entre crise e filosofia? De certo. A crise produz o que os gregos denominavam “thaumásia”, ou seja, admiração, pasmo, espanto que eles apontavam como sendo a origem do pensar filosófico. Jaspers (ib) acrescenta que a consciência do que ele chama “situações-limite” – ter de morrer, ter de sofrer, ter de lutar, estar sujeito ao acaso e incorrer inelutavelmente em culpa - também nos leva a filosofar. Não será porque esta consciência nos põe também ela em crise, causando espanto ou pasmo, a thaumásia dos gregos?



Poderíamos, talvez, dizer que a crise gerando o espanto ou pasmo, torna-nos conscientes de nossa fragilidade física, intelectual, social ou moral, levando-nos a encarar a realidade como um problema na acepção que lhe dá Julián Marías (apud Saviani, l980. p.20) de situação dramática em que se está e não se pode mais continuar, exigindo, assim , uma solução. Ou seja, a crise, transformada em problema, desperta a reflexão ou “ato de retomar, reconsiderar os dados disponíveis, vasculhar numa busca constante de significado” (Saviani, 1980. p 23). Quando esta reflexão se torna, acrescenta Saviani (ib) radical, rigorosa e global ou de conjunto nasce a filosofia.



Ao dizermos reflexão radical, devemos entender a expressão em seu sentido literal: trata-se de uma reflexão que vá à raiz dos problemas, buscando atingir suas últimas e mais profunda ramificações. Quando dizemos que a reflexão deve ser rigorosa, entendemo-la como sistemática e metódica. A reflexão deve ser ainda global ou de conjunto, isto é, realizada de modo a abarcar todos os dados, de modo a não deixar escapar nenhum fio condutor no difícil trabalho de discernir no emaranhado das raízes as imbricações fundamentais.



Resumindo, podemos com Saviani (1980. p.27) afirmar que “a filosofia é uma reflexão radical, rigorosa e de conjunto sobre os problemas que a realidade apresenta”.





Já se vê que a filosofia é, antes de mais nada, uma atitude e uma tarefa das quais resultam “filosofias” como produto. Atitude ou disposição de amor à verdade, que supõe, sobretudo, muita humildade e nenhuma arrogância de espírito, como afirma Jaspers (1977. p 14), ao explicar o significado, a um tempo etimológico e histórico, do termo: “A palavra grega ‘philósophos’ foi formada em oposição a ‘sophós’ e significa “o que ama o saber”, em contraposição a ao possuidor de conhecimentos (dono da verdade) que se designava por sábio. Este sentido da palavra manteve-se até hoje: é a demanda da verdade e não a sua posse que constitui a essência da filosofia...”



Das crises, portanto, surgem as filosofia como fruto da necessidade humana de compreender a realidade e de fundamentar a ação que visa a transformá-la.



Será a filosofia algo de intermitente, que apenas de vez em quando desponta ao longo da história? Não, pois a história é - e cada vez mais - uma longa e funda crise na qual há, certamente, períodos mais dolorosos e enfáticos, mas que por sua contínua e surpreendente novidade está sempre a nos chocar, suscitando-nos, em conseqüência, uma atitude constante de reflexão e de busca. A filosofia é, assim, onipresente, pois, se ninguém escapa ao mundo e à história, ninguém, a não ser por demência, escapa à crise: “Não se pode fugir à filosofia. Pode-se perguntar apenas se ela é consciente ou inconsciente, boa ou má, confusa ou clara. Quem recusa a filosofia está realizando um ato filosófico de que não tem consciência” (Jaspers, 1977. p.13).



A afirmação final de Jaspers não faz mais que atualizar o velho argumento aristotélico: “Ou se deve filosofar, ou não se deve filosofar. Se não se deve filosofar, isto só em nome de uma filosofia. Portanto, mesmo que não se deva filosofar, deve-se filosofar” (cf. Bochenski, 1973. p. 23).



“Me philosophetéon, philosophetéon”, declarava Aristóteles: mesmo que não se deva filosofar, deve-se filosofar. Não há como fugir à filosofia. É verdade que nem todos têm condições de estabelecer uma reflexão que vá até as raízes, que siga com rigor um método, que possua todos os dados necessários a uma visão de conjunto da realidade, sobretudo se considerarmos que esses dados se avolumam e complexificam, à medida que avançam as ciências. Todos tentam, entretanto, consciente ou inconscientemente, com os recursos de que dispõem, com as informações que têm à mão, dar uma resposta aos problemas fundamentais, explicar as “situações-limite”, dar um sentido à vida e à realidade: todos, de algum modo, filosofam.



Uma observação final deve ser ainda acrescentada: “Filosofar significa estar a caminho. As interrogações são mais importantes que as respostas e cada resposta se transforma em nova interrogação” (Jaspers, 1977. p 14). A filosofia é aberta, por mais que o filósofo pretenda dar respostas definitivas. A realidade é rebelde e não se deixa apanhar com facilidade em nossas redes de compreensão. É por demais complexa e dinâmica para que possamos emitir sobre ela uma palavra definitiva. Nem sempre – e isso ocorre com freqüência – consideramos todos os dados disponíveis ou escolhemos as informações capazes de nos conduzirem à raiz mestra dos problemas ou das crises. Ou, então, quando parece que a atingimos, damo-nos conta de que ainda estamos na superfície e de que é necessário cavar mais fundo: “cada resposta se transforma em nova interrogação”. Não importa o esforço! É melhor seguir que estagnar. Além disso, não caminhamos sozinhos. O que não descobrimos, outros descobrem ou descobrirão e nossas chamas juntas tornarão o mundo, se não transparente, pelo menos mais claro!



A filosofia é, pois, imprescindível. Não serve para nada e serve para tudo. Não há como negá-la: ela se impõe por si mesma! Refugá-la, só deixando de ser o que somos: consciências que refletem num mundo em permanente crise, num constante devir.





II – Para que Filosofia da Educação?



Talvez seja mais pertinente perguntar: para que filosofia na educação? A resposta é simples: porque educação é, afinal de contas, o próprio “tornar-se homem” de cada homem num mundo em crise.



Não há como educar fora do mundo. Nenhum educador, nenhuma instituição educacional pode colocar-se à margem do mundo, encarapitando-se numa torre de marfim. A educação, de qualquer modo que a entendamos, sofrerá necessariamente o impacto dos problemas da realidade em que acontece, sob pena de não ser educação. Em função dos problemas existentes na realidade é que surgem os problemas educacionais, tanto mais complexos quanto mais incidem na educação todas as variáveis que determinam uma situação. Deste modo, a “Filosofia na educação” transforma-se em “Filosofia da Educação” enquanto reflexão rigorosa, radical e global ou de conjunto sobre os problemas educacionais. De fato, os problemas educacionais envolvem sempre os problemas da própria realidade. A Filosofia da Educação apenas não os considera em si mesmos, mas enquanto imbricados no contexto educativo.



Penso que disto decorrem duas conseqüências muito simples, óbvias até! A primeira é que todo educador deve filosofar. Melhor ainda, filosofa sempre, queira ou não, tenha ou não consciência do fato. Só que nem sempre filosofa bem. A este respeito afirma Kneller (1972. p. 146): “se um professor ou líder educacional não tiver uma filosofia da educação, dificilmente chegará a algum lugar. Um educador superficial pode ser bom ou mau. Se for bom, é menos bom do que poderia ser e, se for mau, será pior do que precisava ser”.



Que problemas no campo da educação exigem de nós uma reflexão filosófica, nos termos acima explicitados? São muitos. Permitam-me apontar apenas alguns.



Já que a educação é o processo de tornar-se homem de cada homem, é necessário refletir sobre o homem para que se possa saber o “para onde” se deve orientar a educação. É necessário, porém, que esta reflexão não seja unicamente teórica, abstrata, desencarnada. É preciso levar em conta a situação espácio-temporal em que ocorre o processo. Com efeito, não importa apenas o “tornar-se homem”, mas o “tornar-se homem hoje no Brasil”. Só desta forma podemos estabelecer com clareza o que, por exemplo, se tem convencionalmente chamado de “marco referencial”, a partir do qual, numa instituição educativa, currículo, planejamento e atividades podem atingir um mínimo de coerência e de eficiência.



Que teoria de aprendizagem adotar? Que métodos e técnicas utilizar? Já afirmavam Binet e Simon correr “o risco de um cego empirismo quem se conforma em aplicar um método pedagógico sem investigar a doutrina que lhe serve de alma”. Não há métodos neutros. Não há técnicas neutras. No bojo de qualquer teoria, de qualquer método, de qualquer técnica está implícita uma visão de homem e de mundo, uma filosofia.



A filosofia é, assim, norteadora de todo o processo educativo. O maior problema educacional brasileiro sempre foi e ainda é, a meu ver, o denunciado por Anísio Teixeira no título de uma de suas obras principais: “Valores proclamados e valores reais na educação brasileira”. Quer em nível de sistema, quer em nível de escola, proclamamos belíssimos princípios filosófico-educacionais. Na prática, entretanto, caminhamos ao sabor das ideologias e das novidades e – o que é pior – sem nos darmos conta da incoerência existente entre nossas palavras e nossos atos.



A segunda conseqüência a ser tirada do que antes dissemos é que também o educando deve filosofar, ou seja, deve refletir sistematicamente, buscando as raízes dos problemas - seus e de seu tempo - de modo a formar uma “visão de mundo” e adquirir criticamente princípios e valores que lhe orientem a vida. Só assim serão homens e não robôs. É preciso, pois, municiá-lo de instrumentos racionais e afetivos para que se habitue a ser crítico, a não se contentar com qualquer resposta, a colocar sempre e em tudo uma pitada razoável de dúvida, a cavar fundo e não se intimidar perante a tarefa ingrata de estar sempre questionando e se questionando.



A partir de minha já longa experiência de magistério, posso afirmar que há sempre fome de filosofia. Basta levantar um problema nos termos acima descritos para que se alcem as antenas, sobretudo as juvenis! Talvez porque, tendo uma percepção não muito nítida, mas agudamente sentida da crise, faltem aos jovens o instrumental necessário para explicitá-la, analisá-la e julgá-la, em razão do banimento a que assistimos da filosofia, até mesmo de nossos currículos escolares.



Conclusão



Não há, portanto, como fugir à filosofia no campo da educação. Ela se relaciona intimamente com a função nem sempre levada a sério e, não obstante, fundamental, de avaliar. De fato, a avaliação resume, de certo modo, ou acompanha, como um vetor ou como um eixo orientador, todo o processo educacional. Ela se faz presente no início do processo, ao estabelecermos as metas; no seu decurso, quando traçamos e executamos as estratégias; no final, quando julgamos o que e quanto foi cumprido. Ora, avaliar é emitir juízos de valor e estes implicam sempre, queiramos ou não, consciente ou inconscientemente uma posição filosófica, uma filosofia.



Uma palavra, talvez, resuma tudo o que tentamos dizer: a filosofia é o aval da educação!



http://educalara.vilabol.uol.com.br/lara2.htm

sexta-feira, 23 de julho de 2010

História da Educação


Pedagogia é a teoria crítica da educação, isto é, da ação do homem quando transmite ou modifica a herança cultural. A educação não é um fenômeno neutro, mas sofre os efeitos da ideologia, por estar de fato envolvida na política.

Sociedades Tribais:a educação difusa
Nas comunidades tribais as crianças aprendem imitando os gestos dos adultos nas atividades diárias e nas cerimônias dos rituais. As crianças aprendem "para a vida e por meio da vida", sem que alguém esteja especialmente destinado a tarefa de ensinar.

Antigüidade Oriental: a educação tradicionalista
Nas sociedades orientais, ao se criarem segmentos privilegiados, a população, composta por lavradores, comerciantes e artesãos, não tem direitos políticos nem acesso ao saber da classe dominante. A princípio o conhecimento da escrita é bastante restrito, devido ao seu caráter sagrado e esotérico. Tem início, então, o dualismo escolar, que destina um tipo de ensino para o povo e outro para os filhos dos funcionários. A grande massa é excluída da escola e restringida à educação familiar informal.

Antigüidade Grega: a paidéia
A Grécia Clássica pode ser considerada o berço da pedagogia. A palavra paidagogos significa aquele que conduz a criança, no caso o escravo que acompanha a criança à escola. Com o tempo, o sentido se amplia para designar toda a teoria da educação. De modo geral, a educação grega está constantemente centrada na formação integral – corpo e espírito – mesmo que, de fato, a ênfase se deslocasse ora mais para o preparo esportivo ora para o debate intelectual, conforme a época ou lugar. Nos primeiro tempos, quando não existia a escrita, a educação é ministrada pela própria família, conforme a tradição religiosa. Apenas com o advento das póleis começam a aparecer as primeiras escolas, visando a atender a demanda.

Antigüidade Romana: a humanitas
De maneira geral, podemos distinguir três fases na educação romana: a latina original, de natureza patriarcal; depois, a influência do helenismo é criticada pelos defensores da tradição; por fim, dá-se a fusão entre a cultura romana e a helenística, que já supõe elementos orientas, mas nítida supremacia dos valores gregos.

Idade Média: a formação do homem de fé
Os parâmetros da educação na idade média se fundam na concepção do homem como criatura divina, de passagem pela Terra e que deve cuidar, em primeiro lugar, da salvação da alma e da vida eterna. Tendo em vista as possíveis contradições entre fé e razão, recomenda-se respeitar sempre o princípio da autoridade, que exige humildade para consultar os grandes sábios e intérpretes, autorizados pela igreja, sobre a leitura dos clássicos e dos textos sagrados. Evita-se, assim, a pluralidade de interpretações e se mantém a coesão da igreja. Predomina a visão teocêntrica, a de Deus como fundamento de toda a ação pedagógica e finalidade da formação do cristão. Quanto às técnicas de ensinar, a maneira de pensar rigorosa e formal cada vez mais determina os passos do trabalho escolar.

Renascimento: humanismo e reforma

Educar torna-se questão de moda e uma exigência, segundo a nova concepção de homem. O aparecimento dos colégios, do século XVI até o XVIII, é fenômeno correlato ao surgimento de uma nova imagem da infância e da família. A meta da escola não se restringe à transmissão de conhecimentos, mas a formação moral. Essa sociedade, embora rejeite a autoridade dogmática da cultura eclesiástica medieval, mantém-se ainda fortemente hierarquizada: exclui dos propósitos educacionais a grande massa popular, com exceção dos reformadores protestantes, que agem por interesses religiosos.

Brasil: início da colonização e catequese

A atividade missionária facilita sobremaneira a dominação metropolitana e, nessas circunstâncias, a educação assume papel de agente colonizador.

Idade Moderna: a pedagogia realista

De maneira geral as escolas continuam ministrando um ensino conservador, predominantemente nas mãos dos jesuítas. Além disso, é preciso reconhecer, está nascendo a escola tradicional, como passaremos a conhecê-la a partir do século XIX.

O Brasil do séc. XVII

Por se tratar de uma sociedade agrária e escravista, não há interesse pela educação elementar, daí a grande massa de iletrados.

Século das Luzes: o ideal liberal de educação

O iluminismo é um período muito rico em reflexões pedagógicas. Um de seus aspectos marcantes está na pedagogia política, centrada no esforço para tornar a escola leiga e função do Estado. Apesar dos projetos de estender a educação a todos os cidadãos, prevalece a diferença de ensino, ou seja, uma escola para o povo e outra para a burguesia. Essa dualidade era aceita com grande tranqüilidade, sem o temor de ferir o preceito de igualdade, tão caro aos ideais revolucionários. Afinal, para a doutrina liberal, o talento e a capacidade não são iguais, e portanto os homens não são iguais em riqueza...

O Brasil na era pombalina

Persiste o panorama do analfabetismo e do ensino precário, agravado com a expulsão dos jesuítas e pela democracia da reforma pombalina. A educação está a deriva. Durante esse longo período do Brasil colônia, aumenta o fosso entre os letrados e a maioria da população analfabeta.

Século XIX: a educação nacional

É no séc. XIX que se concretizam, com a intervenção cada vez maior do Estado para estabelecer a escola elementar universal, leiga, gratuita e obrigatória. Enfatiza-se a relação entre educação e bem-estar social, estabilidade, progresso e capacidade de transformação. Daí, o interesse pelo ensino técnico ou pela expansão das disciplinas científicas.

Principais pedagogos:

Pestalozzi – é considerado um dos defensores da escola popular extensiva a todos. Reconhece firmamente a função social do ensino, que não se acha restrito à formação do gentil-homem.

Froebel – privilegia a atividade lúdica por perceber o significado funcional do jogo e do brinquedo para o desenvolvimento sensório-motor e inventa métodos para aperfeiçoar as habilidades.

Herbart – segundo ele, a conduta pedagógica segue três procedimentos básicos: o governo, a instrução e a disciplina.

Brasil: a educação no Império

Ainda não há propriamente o que poderia ser chamada de uma pedagogia brasileira. É uma atuação irregular, fragmentária e quase nunca com resultados satisfatórios. O golpe de misericórdia que prejudicou de uma vez a educação brasileira vem de uma emenda à Constituição, o Ato adicional de 1834. Essa reforma descentraliza o ensino, atribuindo à Coroa a função de promover e regulamentar o ensino superior, enquanto que as províncias são destinadas a escola elementar e a secundária. A educação da elite fica a cargo do poder central e a do povo confinada às províncias.

Século XX: a educação para a democracia

A pedagogia do século XX, além de ser tributária da psicologia, da sociologia e de outras como a economia, a lingüística, a antropologia, tem acentuado a exigência que vem desde a Idade moderna, qual seja, a inclusão da cultura científica como parte do conteúdo a ser ensinado.

Sociologia: Durkheim

Antes dele a teoria da educação era feita de forma predominantemente intelectualista, por demais presa a uma visão filosófica idealista e individualista. Durkheim introduz a atitude descritiva, voltada para o exame dos elementos do fato da educação, aos quais aplica o método científico.

Psicologia: o behaviorismo

O método dessa corrente privilegia os procedimentos que levam em conta a exterioridade do comportamento, o único considerado capaz de ser submetido a controle e experimentação objetivos. Suas experiências são ampliadas e aplicadas nos EUA por Watson e posteriormente por Skinner. O behaviorismo está nos pressupostos da orientação tecnicista da educação.

Gestalt

As aplicações das descobertas gestaltistas na educação são importantes por recusar o exercício mecânico no processo de aprendizagem. Apenas as situações que ocasionam experiências ricas e variadas levam o sujeito ao amadurecimento e à emergência do insight.

Dewey e a escola progressiva

O fim da educação não é formar a criança de acordo com modelos, nem orientá-la para uma ação futura, mas dar-lhe condições para que resolva por si própria os seus problemas. A educação progressiva consiste justamente no crescimento constante da vida, à medida que aumentamos o conteúdo da experiência e o controle que exercemos sobre ela. Ao contrário da educação tradicional, que valoriza a obediência, Dewey estimula o espírito de iniciativa e independência, que leva à autonomia e ao autogoverno, virtudes de uma sociedade democrática.

Realizações da escola nova

Principais características da escola nova:

educação integral ( intelectual, moral, física); educação ativa; educação prática, sendo obrigatórios os trabalhos manuais; exercícios de autonomia; vida no campo; internato; co-educação; ensino individualizado. Para tanto as atividades são centradas nos alunos, tendo em vista a estimulação da iniciativa. Escolas de métodos ativos: Montessori e Decroly Montessori estimula a atividade livre concentrada, com base no princípio da auto-educação. Decroly observa, de maneira pertinente, que, enquanto o adulto é capaz de analisar, separar o todo em partes, a criança tende para as representações globais, de conjunto. Resta lembrar outros riscos dessa proposta: o puerilismo ou pedocentrismo supervaloriza a criança e minimiza o papel do professor, quase omisso nas formas mais radicais do não-diretivismo; a preocupação excessiva com o psicológico intensifica o individualismo; a oposição ao autoritarismo da escola tradicional resulta em ausência de disciplina; a ênfase no processo faz descuidar da transmissão do conteúdo.

Teoria socialista – Gramsci A educação proposta por ele está centrada no valor do trabalho e na tarefa de superar as dicotomias existentes entre o fazer e o pensar, entre cultura erudita e cultura popular. Teorias crítico-reprodutivistas Por diversos caminhos chegaram a seguinte conclusão: a escola está de tal forma condicionada pela sociedade dividida que, ao invés de democratizar, reproduz as diferenças sociais, perpetuando o status quo.

Teorias progressistas – Snyders Contra as pedagogias não-diretivas, defende o papel do professor, a quem atribui uma função política. Condena a proposta de desescolarização de Ivan Illich. Ressalta o caráter contraditório da escola, que pode desenvolver a contra-educação.

Teorias antiautoritárias – Carl Rogers Visam antes de tudo colocar o aluno como centro do processo educativo, como sujeito, livrando-o do papel controlador do professor. O professor deve acompanhar o aluno sem dirigi-lo, o que significa dar condições para que ele desenvolva sua experiência e se estruture, por conta própria. O principal representante dessa teoria é Carl Rogers. Segundo ele, a própria relação entre as pessoas é que promove o crescimento de cada uma, ou seja, o ato educativo é essencialmente relacional e não individual.

Escola tecnicista
Proposta consiste em: planejamento e organização racional da atividade pedagógica; operacionalização dos objetivos; parcelamento do trabalho, com especialização das funções; ensino por computador, telensino, procurando tornar a aprendizagem mais objetiva.

Teorias construtivistas

Piaget – segundo ele, à medida que a influência do meio altera o equilíbrio, a inteligência, que exerce função adaptativa por excelência, restabelece a auto-regulação.

Vygotshy - Ao analisar os fenômenos da linguagem e do pensamento, busca compreendê-los dentro do processo sócio-histórico como "internalização das atividades socialmente enraizadas e historicamente desenvolvidas". Portanto, a relação entre o sujeito que conhece e o mundo conhecido não é direta, mas se faz por mediação dos sistemas simbólicos.

Brasil no século XX: o desafio da educação
Nesse contexto, os educadores da escola nova introduzem o pensamento liberal democrático, defendendo a escola pública para todos, a fim de se alcançar uma sociedade igualitária e sem privilégios. Podemos dizer que Paulo Freire é um dos grandes pedagogos da atualidade, não só no Brasil, mas também no mundo. Ele se embasa em uma teologia libertadora, preocupada com o contraste entre a pobreza e a riqueza que resulta privilégios. Em sua obra Pedagogia do Oprimido faz uma abordagem dialética da realidade, cujos determinantes se encontram nos fatores econômicos, políticos e sociais. Considera que o conhecer não pode ser um ato de "doação" do educador ao educando, mas um processo que se estabelece no contato do homem com o mundo vivido. E este não é estático, mas dinâmico, em contínua transformação. Na educação autêntica, é superada a relação vertical entre educador e educando e instaurada a relação dialógica. Paulo Freire defende a autogestão pedagógica, o professor é um animador do processo, evitando as formas de autoritarismo que costumam minar a relação pedagógica. Na década de 70 destaca-se a produção teórica dos críticos-reprodutivistas, que desfazem as ilusões da escola como veículo da democratização. Com a difusão dessas teorias no Brasil, diversos autores se empenham em fazer a reeleitura do nosso fracasso escolar. A tarefa da pedagogia histórico-crítica se insere na tentativa de reverter o quadro de desorganização que torna uma escola excludente, com altos índices de analfabetismo, evasão, repetência e, portanto, de seletividade. Para Saviani, tanto as pedagogias tradicionais como a escola nova e a pedagogia tecnicista são, portanto, não-críticas, no sentido de não perceberem o comprometimento político e ideológico que a escola sempre teve com a classe dominante. Já a partir de 70, começam a ser discutidos os determinantes sociais, isto é, a maneira pela qual a estrutura sócio-econômica condiciona a educação. O trunfo de se tornar um dos países mais ricos contrasta com o fato de ser um triste recordista em concentração de renda, com efeitos sociais perversos: conflitos com os sem-terra, os sem-teto, infância abandonada, morticínio nas prisões, nos campos, nos grandes centros. Persiste na educação uma grande defasagem entre o Brasil e os países desenvolvidos, porque a população não recebeu até agora um ensino fundamental de qualidade.

A Educação no Terceiro Milênio

A explosão dos negócios mundiais, acompanhada pelo avanço tecnológico da crescente robotização e automação das empresas, nos faz antever profundas modificações no trabalho e, conseqüentemente, na educação. Na tentativa de incorporar os novos recursos, no entanto, a escola nem sempre tem obtido sucesso porque, muitas vezes, apenas adquire as novas máquinas sem, no entanto, conseguir alterar a tradição das aulas acadêmicas. Diante das transformações vertiginosas da alta tecnologia, que muda em pouco tempo os produtos e a maneira de produzi-los, criando umas profissões e extinguindo outras. Daí a necessidade de uma educação permanente, que permita a continuidade dos estudos, e portanto de acesso às informações, mediante uma autoformação controlada.



Bibliografia
ARANHA, Maria Lúcia Arruda

domingo, 18 de julho de 2010

Alfabetização e Letramento

Letramento: conjunto de práticas que denotam a capacidade de uso de diferentes tipos de material escrito. HOUAISS, 2004

Alfabetização: é um processo dentro do letramento e, segundo Magda Soares, é a ação de ensinar/aprender a ler e a escrever.

A criança, mesmo não alfabetizada, já pode ser inserida em um processo de letramento. Pois, ela faz a leitura incidental de rótulos, imagens, gestos, emoções. O contato com o mundo letrado é muito entes das letras e vai além delas. Sendo assim chegamos à seguinte pergunta:

Para que serve a escrita então?

Segundo a professora Rosineide Magalhães, no texto “Letramento como Prática Social”, a escrita e a leitura são consumidas, hoje, pelas pessoas como meio de sobrevivência, com o objetivo de formação acadêmica, profissional, integração e interação social, resolução de problemas cotidianos, condição de entender o mundo e suas tecnologias.

Há diferentes tipos de letramentos associados a diferentes domínios sociais, por exemplo: letramento tecnológico, literário, religioso. O letramento autônomo é aquele que acontece somente dentro da escola, desvinculado do mundo. Tais formas estão incluídas ou no letramento formal, legitimado; ou no informal, incidental.

Por que surgiu a palavra letramento?

A palavra analfabetismo nos é familiar, usamos essa palavra há séculos, ela já está presente em textos do tempo em que éramos Colônia de Portugal. É um fenômeno interessante: usamos, há séculos, o substantivo que nega (recorde a análise da palavra analfabetismo na página 2: a(n) + alfabetismo = privação de alfabetismo), e não sentíamos necessidade do substantivo que afirmasse: alfabetismo ou letramento. Por que só agora, no fim do século XX, a palavra letramento se tornou necessária?


Palavras novas aparecem quando novas idéias ou novos fenômenos surgem. Convivemos com o fato de existirem pessoas que não sabem ler e escrever, pessoas analfabetas, desde o Brasil Colônia, e ao longo dos séculos temos enfrentado o problema de alfabetizar, de ensinar as pessoas a ler e escrever; portanto: o fenômeno do estado ou condição de analfabeto nós o tínhamos (e ainda temos...), e por isso sempre tivemos um nome para ele: analfabetismo.

À medida que o analfabetismo vai sendo superado, que um número cada vez maior de pessoas aprende a ler e a escrever, e à medida que, concomitantemente, a sociedade vai se tornando cada vez mais centrada na escrita (cada vez mais grafocêntrica), um novo fenômeno se evidencia: não basta apenas aprender a ler e a escrever. As pessoas se alfabetizam, aprendem a ler e a escrever, mas não ncessariamente incorporam a prática da leitura e da escrita, não necessariamente adquirem competência para usar a leitura e a escrita, para envolver-se com as práticas sociais de escrita: não lêem livros, jornais, revistas, não sabem redigir um ofício, um requerimento, uma declaração, não sabem preencher um formulário, sentem dificuldade para escrever um simples telegrama, uma carta, não conseguem encontrar informações num catálogo telefônico, num contrato de trabalho, numa conta de luz, numa bula de remédio... Esse novo fenômeno só ganha visibilidade depois que é minimamente resolvido o problema do analfabetismo e que o desenvolvimento social, cultural, econômico e político traz novas, intensas e variadas práticas de leitura e e de escrita, fazendo emergirem novas necessidades, além de novas alternativas de lazer. Aflorando o novo fenômeno, foi preciso dar um nome a ele: quando uma nova palavra surge na língua, é que um novo fenômeno surgiu e teve de ser nomeado. Por isso, e para nomear esse novo fenômeno, surgiu a palavra letramento.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Sociologia da Educação

A Sociologia da Educação é a vertente da Sociologia que estuda a realidade socioeducacional e os processos educacionais de socialização. Tem como fundadores Émille Durkheim, Karl Marx e Max Weber. Durkheim é o primeiro a ter uma Sociologia da Educação sistematizada em obras como Educação e Sociologia, A Evolução Pedagógica na França e Educação Moral.
A Sociologia da Educação oportuniza aos seus pesquisadores e estudiosos compreender que a educação se dá no contexto de uma sociedade que, por sua vez, é também resultante da educação. Também oportuniza compreender e caracterizar a inter-relação ser humano/sociedade/educação à luz de diferentes teorias sociológicas.
A Associação Internacional de Sociologia possui o Comite de Pesquisas em Sociologia de Educação desde 1971.
No Brasil, um dos pioneiros na Sociologia da Educação foi Fernando Azevedo, signatário do Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova em 1932, responsável pela Reforma do Ensino no então Distrito Federal (1927). Foi ainda um dos intelectuais responsáveis pela fundação da Universidade de São Paulo - USP em 1934

Max Weber


Maximillian Weber (Erfurt, 21 de Abril de 1864 — Munique, 14 de Junho de 1920) foi um intelectual alemão, jurista, economista e considerado um dos fundadores da Sociologia. Seu irmão foi o também famoso sociólogo e economista Alfred Weber. A esposa de Max Weber, Marianne Weber, era socióloga e historiadora do Direito.
Max Weber é provavelmente o autor mais influente e conhecido no âmbito das ciências sociais. Não apenas a sociologia e a ciência política moderna o têm como autor central e referência constante, mas também o direito, a economia, a administração de empresas e até a filosofia mobilizam várias de suas interpretações e ideias.

Influenciado na mocidade pelo filósofo Wilhelm Dilthey, que foi um filósofo, psicólogo e pedagogo alemão. Mas foram Marx e Nietzsche, reconhecidos pelo próprio Weber como os pensadores decisivos de seu tempo, aqueles que segundo alguns biógrafos tiveram maior impacto sobre a obra do sociólogo alemão.

A influência de Marx evidencia-se no fato de ambos terem compartilhado o grande tema - o capitalismo ocidental – e dedicado a ele boa parte de suas energias intelectuais, estudando-o da perspectiva histórica, econômica, ideológica, e sociológica. Weber propôs-se a verificar a capacidade que teria o materialismo histórico de encontrar explicações adequadas à história social, especialmente sobre as relações entre a estrutura e a superestrutura. Em suma, procurou compreender como as ideias, quanto os fatores de ordem material, cobravam força na explicação sociológica sem deixar de criticar o monismo casual que caracteriza o materialismo marxista nas suas forças vulgares.

Weber também é herdeiro da percepção de Friedrich Nietzsche (1844/1900) segundo a qual a vontade de poder, expressa na luta entre valores antagônicos, é que torna a realidade social, política e econômica compreensível. Isso refletia preocupações correntes de historiadores, sociólogos e psicólogos alemães, interessados pelo caráter conflituoso implícito no pluralismo democrático.

Ele inspirou por ter captado a "ambiguidade construtiva" do racionalismo singular do Ocidente, os dois diagnósticos mais importantes para a auto-compreensão do ocidente até os dias de hoje: uma concepção liberal, afirmativa e triunfalista do racionalismo ocidental; e uma concepção crítica desse mesmo racionalismo, que procura mostrar sua uni dimensionalidade e superficialidade.

Karl Marx


Karl Heinrich Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 — Londres, 14 de março de 1883) foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna, que atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista.

O pensamento de Marx influencia várias áreas, tais como Filosofia, História, Sociologia, Ciência Política, Antropologia, Psicologia, Economia, Comunicação, Arquitetura, Geografia e outras. Em uma pesquisa da rádio BBC de Londres, realizada em 2005, Karl Marx foi eleito o maior filósofo de todos os tempos.[1]
Durante a vida de Marx, suas ideias receberam pouca atenção de outros estudiosos. Talvez o maior interesse tenha se verificado na Rússia, onde, em 1872, foi publicada a primeira tradução do Tomo I d'O Capital. Na Alemanha, a teoria de Marx foi ignorada durante bastante tempo, até que em 1879 um alemão estudioso da Economia Política, Adolph Wagner, comentou o trabalho de Marx ao longo de uma obra intitulada Allgemeine oder theoretische Volkswirthschaftslehre. A partir de então, os escritos de Marx começaram a atrair cada vez mais atenção.[14]

Nos primeiros anos após a morte de Marx, sua teoria obteve crescente influência intelectual e política sobre os movimentos operários (ao final do século XIX, o principal locus de debate da teoria era o Partido Social-Democrata alemão) e, em menor proporção, sobre os círculos acadêmicos ligados às ciências humanas – notadamente na Universidade de Viena e na Universidade de Roma, primeiras instituições acadêmicas a oferecerem cursos voltados para o estudo de Marx.[14]

Marx foi herdeiro da filosofia alemã, considerado ao lado de Kant e Hegel um de seus grandes representantes. Foi um dos maiores (para muitos, o maior) pensadores de todos os tempos, tendo uma produção teórica com a extensão e densidade de um Aristóteles, de quem era um admirador. Como filósofo, se posiciona muito mais numa supra-filosofia, em que "realizar" a filosofia é antes "aboli-la", ou ao realizá-la, ela e a realidade se transformam na práxis, a união entre teoria e prática.[carece de fontes?]

A teoria marxista é, substancialmente, uma crítica radical das sociedades capitalistas. Mas é uma crítica que não se limita a teoria em si. Marx, aliás, se posiciona contra qualquer separação drástica entre teoria e prática, entre pensamento e realidade, porque essas dimensões são abstrações mentais (categorias analíticas) que, no plano concreto, real, integram uma mesma totalidade complexa.[15]

O marxismo constitui-se como a concepção materialista da História, longe de qualquer tipo de determinismo, mas compreendendo a predominância da materialidade sobre a ideia, sendo esta possível somente com o desenvolvimento daquela, e a compreensão das coisas em seu movimento, em sua inter-determinação, que é a dialética. Portanto, não é possível entender os conceitos marxianos como forças produtivas, capital, entre outros, sem levar em conta o processo histórico, pois não são conceitos abstratos e sim uma abstração do real, tendo como pressuposto que o real é movimento.[carece de fontes?]

Karl Marx compreende o trabalho como atividade fundante da humanidade. E o trabalho, sendo a centralidade da atividade humana, se desenvolve socialmente, sendo o homem um ser social. Sendo os homens seres sociais, a História, isto é, suas relações de produção e suas relações sociais fundam todo processo de formação da humanidade. Esta compreensão e concepção do homem é radicalmente revolucionária em todos os sentidos, pois é a partir dela que Marx irá identificar a alienação do trabalho como a alienação fundante das demais. E com esta base filosófica é que Marx compreende todas as demais ciências, tendo sua compreensão do real influenciado cada dia mais a ciência por sua consistência

Émile Durkheim


Émile Durkheim (Épinal, 15 de abril de 1858 — Paris, 15 de novembro de 1917) é considerado um dos pais da sociologia moderna. Durkheim foi o fundador da escola francesa de sociologia, posterior a Marx, que combinava a pesquisa empírica com a teoria sociológica. É amplamente reconhecido como um dos melhores teóricos do conceito da coesão social.

Partindo da afirmação de que "os fatos sociais devem ser tratados como coisas", forneceu uma definição do normal e do patológico aplicada a cada sociedade, em que o normal seria aquilo que é ao mesmo tempo obrigatório para o indivíduo e superior a ele, o que significa que a sociedade e a consciência coletiva são entidades morais, antes mesmo de terem uma existência tangível. Essa preponderância da sociedade sobre o indivíduo deve permitir a realização desse, desde que consiga integrar-se a essa estrutura.

Para que reine certo consenso nessa sociedade, deve-se favorecer o aparecimento de uma solidariedade entre seus membros. Uma vez que a solidariedade varia segundo o grau de modernidade da sociedade, a norma moral tende a tornar-se norma jurídica, pois é preciso definir, numa sociedade moderna, regras de cooperação e troca de serviços entre os que participam do trabalho coletivo (preponderância progressiva da solidariedade orgânica).

A sociologia fortaleceu-se graças a Durkheim e seus seguidores. Suas principais obras são: Da divisão do trabalho social (1893); Regras do método sociológico (1895); O suicídio (1897); As formas elementares de vida religiosa (1912). Fundou também a revista L'Année Sociologique, que afirmou a preeminência durkheimiana no mundo